segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Indaiá: Uma Cabocla apaixonada pelo mar...

Indaiá:

Uma Cabocla apaixonada pelo mar...

Ela nasceu no litoral de Pernambuco, próximo a toda beleza e exuberância das matas da Floresta Atlântica, da caatinga, dos mangues e dos cerrados. Seu pai era um guerreiro respeitado na tribo e sua mãe era uma grande artesã. Seu povo, de cultura Tabajara, vivia em paz e harmonia até a chegada do homem branco. Sua tribo mudou-se para o interior a fim de fugir da devastação do colonizador. Mas, Indaiá era muito apegada ao mar e sentia falta dele. Então, sempre que podia escapava de sua tribo apenas para visitar as águas salgadas do Oceano.
Um dia, enquanto se banhava nas águas do mar, um dos portugueses, de uma expedição de reconhecimento a avistou e encantou-se com sua beleza. Sua pele morena, seus longos cabelos negros, seu corpo perfeito, chamou a atenção do bandeirante-explorador. E ele a seguiu até encontrar sua tribo. Era o ano de 1535 e ele estava a serviço de Duarte Coelho. Os Tabajaras eram desconfiados, mas evitavam confrontos armados, diferente dos Potiguaras (que gostavam de guerrear).
O Cacique Chefe dos Tabajaras, Arco Verde (Uirá Ubi), possuía uma filha de muita beleza: Tabira; em idade de núpcias, porém sem casar. E o mesmo acontecia com Indaiá, que esperava para ser entregue a um guerreiro de sua tribo. Quando a Expedição de Duarte Coelho chegou até a Tribo Tabajara, o Cacique Arco Verde assustou-se e pensou que era o fim de sua raça. Então travaram uma luta, na qual Jerônimo de Albuquerque foi ferido por uma flecha em um dos olhos. Ele foi feito prisioneiro e condenado à morte. Porém, foi salvo pela intervenção da filha Tabira (também conhecida por Tindarena), que o cuidou e se apaixonou por ele. O casamento dos dois selou a paz entre os Tabajaras e os Colonizadores portugueses. Houve, então, uma negociação de apoio entre ambos, que se uniram contra os Potiguaras. Devido ao acidente, Jerônimo passou a ser chamado de "O Torto".
Com o casamento da filha do Chefe, Indaiá também pode casar-se com aquele que a seguiu: Alexandre Duarte, um dos assistentes da expedição. Tabira foi batizada e recebeu o nome de Maria do Espírito Santo Arco Verde - em homenagem ao Dia de Pentecostes. Indaiá também foi batizada e recebeu o nome de Maria Dolores Arué (em homenagem a Nossa Senhora das Dores). Arué (Alma dos Mortos) era o nome de seu pai. Como os conquistadores conseguiram uma aliança com os chefes indígenas tabajaras e conseguiram dominar completamente os potiguaras. Com ajuda de Vasco Fernandes de Lucena, amigo dos Tabajaras, em 12 de março de 1537 a povoação passou a ser chamada de Vila de Olinda. O nome surgiu devido a uma exclamação do donatário: "Ó linda situação para fundar uma vila!", ao observar a beleza do local.
Tabira e Albuquerque tiveram oito filhos, num casamento considerado ilegítimo. Por isso, ele se casou também com um portuguesa (Felipa), com quem teve onze filhos. Mas, ao todo ele registrou 24 filhos; por isso, o chamavam de "Adão Pernambucano". Indaiá e Alexandre tiveram treze filhos e este manteve-se fiel a esposa que tanto amava. Alexandre levou Indaiá a viagens pelo mar e ela conheceu toda a exuberância do oceano. Ela morreu jovem, aos 28 anos de idade, durante o parto de seu último filho. Alexandre contratou uma ama de leite e uma babá para criar as crianças, pois não se casou novamente.
Indaiá ao sentir que a morte se aproximava, logo após dar a luz, pediu ao esposo que a levasse à praia, pois queria morrer sentindo as águas do mar a lhe tocar. Logo após a morte da esposa, Alexandre andava a beira da praia, onde ouvia a voz da esposa e via seu vulto na água. Ele dizia aos outros que ela havia se tornado uma sereia, mas seus amigos achavam que ele andava delirando por conta da bebida e da saudade da esposa.

Ogun das Sete Espadas Flamejantes!

Ogun das Sete Espadas Flamejantes!

"Eu tenho sete espadas pra me defender, eu tenho Ogun em minha companhia!
Ogun é meu Pai, Ogun é meu guia, Ogun é meu Pai, Senhor São Jorge, filho da Virgem Maria!"

Ele é um dos mais temidos guerreiros da Falange de São Jorge! Sua espada é a justiça flamejante que corta todo o mal! Ele pode descer ao mais baixo umbral e subir ao mais alto astral. Sua força e sua lei são implacáveis com os inimigos visíveis e invisíveis que espalham o mal sobre a Terra. Ele atua principalmente em regiões onde a guerra, a fome e a revolta estão presentes. Sua história só me foi permitida contar depois de muito tempo... Ele fala pouco, mas sua ação é firme e persisitente.
"Ele nasceu na região que hoje se denomina Hungria, no ano de 303 d.C. Sua família pertencia ao clã dos Hunos, que se tornaram conhecidos por suas conquistas. Os hunos eram bárbaros e viviam como nômades. Aonde passavam deixavam um rastro de pavor, pois eram guerreiros natos. Quando eles saíram do Mar Báltico e chegaram as planícies do Rio Reno, montaram acampamento e se estabeleceram por muitos anos na região. Ele viveu muito, lutou muitas batalhas e conquistou inúmeros territórios. Sua dinastia se tornou conhecida, pois de sua herança genética surgiu um dos hunos mais famosos da história: Átila!"
Claro que hoje, esse guerreiro que atende pelo nome de Ogun das Sete Espadas Flamejantes, não se orgulha de seu passado cheio de sangue, conquistas e mortes. Mas, ele disse que "um homem não é homem, se não assumir seus erros do passado e se reconciliar consigo mesmo"!


Uma Cigana Feiticeira... E seu amor por um Ogun de Ronda...

Uma Cigana Feiticeira...

E seu amor por um Ogun de Ronda...

Essa cigana nasceu no ano de 428, num dos vilarejos próximos de Anatólia, local hoje pertencente a Turquia. Na época, o território já havia passado para as mãos dos romanos e os cultos ancestrais eram realizados às escondidas. Durante o sexto século, houve muitas mudanças na região e a Anatólia passou a pertencer ao Império do Oriente, no comando da cidade de Constantinopla.
Quando nasceu, essa menina foi batizada com o nome de Yaesmed, que quer dizer: "A escolhida dos deuses". Ela era bela, inteligente e sagaz e logo foi iniciada nos preceitos da Antiga Religião. Ela seria uma sacerdotisa do Templo dos Balcãs. Cresceu e aprendeu tudo o que a arte oculta poderia lhe ensinar. Mas, antes de entrar para a Ordem da Grande Deusa Ishtar, conheceu um soldado romano e ambos apaixonaram-se. O soldado Fulvio Cesare era filho de um dos comandantes reais do Grande Império.
Sacerdotisas jamais poderiam se casar. E soldados romanos eram proibidos de se unirem com moças de outras tribos. Os dois resolveram fugir para terras distantes, em um país chamado Índia, onde não havia a disputa religiosa. Porém, o destino lhes pregou uma peça e ambos foram pegos. Ela foi confinada no subsolo do templo em jejum absoluto, sem direito a pão ou água. Ele foi executado como traidor da pátria. Ambos morreram separados em nome do amor.
Após desencarnar, Yaesmed foi recolhida, estudou e tornou-se um espírito da Legião do Oriente, trabalhando em favor das mulheres que sofrem por amor. Fulvio Cesare, passou a trabalhar na Colônia Espiritual de São Jorge, auxiliando nos campos de batalha e nas guerras que ocorriam por toda a Europa. Ambos se encontravam às vezes no Plano Espiritual.
Hoje, eles trabalham como falangeiros do Reino de Aruanda. Ela é uma Cigana que atua na Falange do Oriente e que entende de magia, amor e cura. Ele é um falangeiro de São Jorge e que entende de lutas, de guerras e de amor.

Boiadeiro Serra Preta de Minas Gerais... Josué - o Vaqueiro!

Boiadeiro Serra Preta de Minas Gerais...

Josué - o Vaqueiro!

Algumas pessoas desconhecem que uma entidade ao se apresentar na Umbanda possui nome, sobrenome, ponto cantado, ponto riscado, agrupamento ou falange, Linha de trabalho e atuação, entre outras caracterísiticas. Assim, ele se preserva e comprova que é um verdadeiro trabalhador da Seara Umbandista. Um espírito sem treinamento (egun, quiumba ou obsessor) não possui esses predicativos e conhecimentos. Além de toda a apresentação que a entidade faz, ela também possui sua história particular de vida e pode relatar sua última existência e porque utiliza o nome com o qual se apresentou.
Relato agora a história de um boiadeiro que findou sua última existência como vaqueiro no sertão de Minas Gerais: "Josué nasceu em Volta Grande, no estado de Minas Gerais, no ano de 1986. Na época, o município era apenas uma vila com o nome de Além Paraíba. Seus pais trabalhavam em uma fazenda de gado e desde o seu nascimento ele foi muito festejado. O Senhor da Fazenda, que não tinha filhos homens, conheceu o menino e apadrinhou ele. Pediu permissão aos pais para criá-lo como seu protegido. E assim foi que Josué cresceu na sede da fazenda, cercado de atenção pelo patrão e tornando-se seu braço direito em todos os afazeres.
Ao tornar-se jovem já era o condutor do gado da fazenda e o responsável pelos negócios do patrão. Visitava seus pais quando podia, mas vivia bastante afastado deles. Josué também aprendeu a manejar armas e se tornou um jagunço implacável nas cobranças das dívidas da fazenda. Seus pais temiam pelo seu futuro, pois ele era odiado pelos demais fazendeiros e condutores de gado.
Josué apaixonou-se pela filha mais nova de um capataz da fazenda, de nome Maria Mercedes; mais conhecida por Mercedita. Casou-se com ela e teve três filhos. Porém, Maria Mercedes não resistiu ao parto do terceiro filho e morreu ao dar a luz. Josué, que já era impiedoso, tornou-se mais carrasco. Abandonou seus filhos aos cuidados dos avós e decidiu sumir pelo mundo. Sentiu-se perdido com a morte de esposa e sua solidão aumentou. Mercedita estava conseguindo torná-lo um homem melhor...
Quando saiu de Além Paraíba, Josué andou em direção ao norte de Minas Gerais, quase na divisa com o estado de Bahia e Goiás. Conseguiu emprego de vaquejador e conduzia o gado de uma fazenda até outra, nas proximidades das Serras de Janaúba e Januária. Ficou dez anos nessa lida. Costumava parar com o gado a beira do Rio São Francisco e demais rios da região. Andava muito também pelas cercanias de Pedras de Maria Cruz. Descansava embaixo de alguma árvore pelo caminho, fumava seu cigarro de palha e tocava sua gaita de sopro. Muitas vezes parecia sentir a presença de Mercedita lhe aconselhando. Uma vez por ano visitava seus filhos e lhes enviava dinheiro constantemente. Seus pais já estavam bem idosos, mas ele ainda os visitou algumas vezes. Seu antigo patrão já havia falecido e quem cuidava da fazenda agora era um de seus genros.
Nesse tempo Josué tornou-se uma pessoa melhor e até reaprendeu a rezar. A viagem com o gado mudou para os arredores do Povoado Espírito Santo da Forquilha, hoje conhecida como Delfinópolis, localizada mais ao sul de Minas Gerais. Uma terra de muitos rios, cachoeiras  e vales. Josué gostava de apreciar as paisagens dos vales e serras: Serra do Caminho do Céu, Serra Preta, Serra Branca, Serra do Cemitério e Serra da Santa Maria de Pedras. Em suas paradas, mantinha o mesmo costume: deitava embaixo de uma árvore, descansava, pitava seu cigarro e tocava sua gaita.
Josué já estava há dois anos nessa região e em uma de suas paradas, amarrou o cavalo em sua bota embaixo da mesma árvore, para que pastasse junto a sombra e puxou um cochilo. Passado alguns minutos ouviu disparos de espingarda e conseguiu ver assaltantes de gado encurralando suas reses. O cavalo assustou-se e saiu em disparada, levando Josué preso ao estribo. Ele tentou pegar seu canivete para cortar a corda, mas não o alcançou. O cavalo arrastou-o por um longo tempo e Josué bateu com a cabeça em uma pedra, falecendo, assim, instantaneamente.
Os ladrões o encontraram e o sepultaram a beira do caminho, próximo ao rio, pois não eram matadores, apenas roubavam. Onde Josué foi enterrado era possível visualizar o Grupo de Pedras Pretas do Vale. Essa região era conhecida como Serra Preta. Foi assim que ele assumiu o nome de Boiadeiro Serra Preta de Minas Gerais.
Após sua morte, Josué foi recolhido ao Reino de Aruanda, onde estudou, melhorou e passou a atuar na Falange dos Boiadeiros, Vaqueiros e Cangaceiros. Hoje ele trabalha nas Linhas de Ogun e Oxóssi, auxiliando veterinários, técnicos em agropecuária e todos aqueles que cuidam dos animais."

Sâmia e Samir... Os Ciganos do Deserto!

Sâmia e Samir...

Os Ciganos do Deserto!

Sâmia e Samir nasceram em uma Nação livre, de um povo nômade e cheio de histórias: os Tuaregues. Os dois nasceram no ano de 1630 no Deserto do Sahara, num dos Oásis próximos à Líbia - o Kufra. Desde cedo suas famílias se comprometeram em casá-los. Samir, como o seu pai, era um caravaneiro que auxiliava os transportadores de camelos a cruzar o deserto. Sâmia, como sua mãe, era tecelã e fiava a lã dos carneiros para fabricar as roupas das caravanas. Com a idade de 15 anos eles se casaram. E com 16 anos já tinham seu primeiro filho, uma menina de nome Khadija. A vida deles era simples, constante e calma.
Samir, viajava muito, por todo o Deserto do Saara, desde o Sudão e Egito, até Argélia e Tunísia. Além de transportar camelos, também comercializavam outras mercadorias. Ficavam ausentes de casa semanas ou meses, dependendo a distância a percorrer. Alimentavam-se de leite de cabra, carne de carneiro, pães ázimos, tâmaras e damascos. Sua religião era o Islamismo, mas não debatiam nem se interpunham com qualquer viajante do caminho. Respeitavam os diversos costumes de toda a África Setentrional e Oriental. E eram felizes assim.
Samir e Sâmia tiveram mais 3 filhos: todos meninos (Abdul, Omar e Giafar). Viveram o tempo de verem seus filhos casados e conhecerem seus netos. Quando o ano de 1700 inicou, muitos ingleses e franceses começaram a circular pelo Deserto do Saara e muitos conflitos começaram a surgir. Mas, Sâmia e Samir já não pertenciam mais ao deserto. Eles agora estavam no Mundo de Allah.
Após 3 séculos de muitos estudos, Sâmia e Samir trabalham no Plano Espiritual na Colônia do Oriente, servindo a Umbanda Sagrada como Ciganos Tuaregues. Eles se dedicama aensinar a paz, a benevolência e a paciência aos seus assistidos. São ótimos conselheiros e bons ouvintes.

  

Cabocla Sete Saias da Jurema... Uma índia - muitas histórias!

Cabocla Sete Saias da Jurema...

Uma índia - muitas histórias!

Antes de ser aconselhado a escrever essa postagem, eu nem sabia da existência dessa entidade. Quando ouvi seu nome pesquisei e nada encontrei. Ela me procurou e contou sua história e me explicou porque se chama "Sete Saias da Jurema" sendo ela uma Cabocla.
Ela era uma índia Puri, que nasceu em 1537, no Brasil Central, entre o Planalto Central e a Serra da Mantiqueira. O local de seu nascimento ainda era preservado dos olhos dos bandeirantes, até o ano de 1550, quando ela contava então com 13 anos de idade. Seu avô era o Cacique da Tribo e seu pai era um grande guerreiro. Ela tornou-se moça e foi prometida em casamento ao filho do primo de seu pai, de uma tribo vizinha. Seu nome era Jaci, como a Lua e seu noivo se chamava Guaraci, como o Sol. Mas, os dois quase não podiam se ver, então os demais índios brincavam; "Como o sol e a lua eles não podem se encontrar..." E saíam rindo e fazendo graça. Jaci não ligava para as brincadeiras, até gostava...
Ela era uma moça que se divertia ao tomar banho nas cachoeiras e rios da região. Adorava subir as montanhas e cantar para o vento. Ou subia nas árvores mais altas e se comunicava com os pássaros e animais das florestas. Assim passava seus dias, fazendo aquilo que mais gostava: viver em meio a natureza. Também auxiliava os afazeres da tribo e participava de todos os rituais em que eram permitida a participação das mulheres.
Com a chegada dos primeiros bandeirantes em busca de jazidas de pedras preciosas, os embates com os índios começaram a ser travados. Quando o homem branco chegou a região onde se localizava sua tribo, Jaci estava em uma árvore observando e, quando percebeu, o ataque já havia começado. Sua tribo estava despreparada, mas lutou bravamente. Muitos morreram e muitos foram aprisionados. Ela foi levada junto com os outros índios que foram escravizados, para auxiliar na extração de Pau-Brasil e pedras preciosas. Jaci ainda viu sua mãe uma última vez. Seu pai, seu noivo e a maioria dos homens guerreiros das duas tribos foram mortos em combate. Amarrada, junto aos outros de sua tribo, Jaci chegou ao litoral e percebeu que sua terra não era mais a mesma.
Os homens que trabalhavam nas embarcações eram rudes e sedentos de desejo e ao avistar as mulheres indígenas nuas, jogavam-se em cima delas, possuindo-as a força. Essa parte da história, muitos tentam esquecer, mas Jaci nunca esqueceu, pois foi assim que deixou de ser virgem: forçada por um tripulante de um dos navios. Ainda tentou se debater, mas nada conseguiu, a não ser atiçar ainda mais o desejo do homem. Depois de ser usada, Jaci chorou muito, pois não sabia porque Tupã permitia tudo isso... Ela conseguiu perceber que sua Terra estava sendo saqueada e que seus tesourou estavam sendo roubados. Foram obrigados a trabalhar todos os dias em troca da vida. Alguns tentavam fugir e eram mortos. Outros se matavam, atirando-se ao mar. Jaci implorava a Tupã, Mboi e a Mãe Iara, que tivessem misericórdia e abrandassem o coração daqueles homens sem escrúpulos.
Jaci sempre carregava consigo sete penas de cores diferentes, das aves da floresta - recordação de sua tribo e sua terra. Ela teceu um saiote com folhas secas e colocou as penas ao redor, para recordar sua vida perdida. As penas lhe pareciam muitas saias a lhe proteger dos olhos do homem branco. Um ano após sua captura, Jaci ficou doente (doença de homem branco) e sua doença não teve cura. Assim como outras índias, foi largada à míngua para morrer, pois não servia mais aos interesses dos conquistadores. Triste, ela percebeu sua raça sendo subjugada e aniquilada pelos interesses daqueles homens. Quando cerrou os olhos, duas lágrimas verteram por sua terra e sua gente. Assim, morreu Jaci. Assim nasceu a Cabocla Sete Saias da Jurema!

Cacique Cobra Preta... O Mensageiro de Omulu...

Cacique Cobra Preta...

O Mensageiro de Omulu...

Esse Caboclo, que atua na Linha das Almas, foi um Inca que viveu no século XV, na região onde hoje se encontra a cidade de Lima no Peru. O Império Inca era dividido em quatro partes, chamados Suyus. Ele pertencia ao Império Chinchaisuyo, localizado ao Norte. E ainda haviam os Suyus: Kollasuyu, Antisuyu e Kuntinsuyu. Cada Suyu era comandado por um governador, o Tukriquq (ou Apus). Os Suyus se dividiam em regiões (aldeias), que eram comandadas pelos "Kurakas" - uma espécie de Cacique - que se dirigia ao Tukriquq. O Império Inca (chamado na época de Tawantisuyu) era governado por Pachukuti, imperador Inca, que inicou a expansão do Reino e sua divisão em suyus. O governo se concentrava no Templo do Sol (Koricancha) na cidade de Cuzco, considerada a capital do Império e o umbigo do Império Inca. 
Alchuapa, esse era seu nome, pertencia ao Clã das Serpentes Negras e como todo iniciado em xamanismo, mantinha contato com toda espécie de animais peçonhentos durante a iniciação. Podia ficar dias sem comer ou beber e mesmo assim sobreviver incólume. Sua força estava em contactar as cobras negras da região: muçuranas, caninanas e sucuris escuras. Elas se enrodilhavam em seu corpo enquanto entrava em transe, depois de beber o preparado de ervas do ritual xamânico. Ele assumiu como Kuraka uma das aldeias do Suyu norte, após terminar sua formação como xamã e governou até o ínicio do século XVI, quando os espanhóis iniciaram sua invasão. Então, muitas batalhas foram travadas, muitos Apus foram mortos e Alchuapa terminou sua jornada como inca nesta terra.
Alchuapa peregrinou como espírito por toda a América do Sul e viu muitas tribos diferentes e muitos homens de outras nações. Assistiu muitas batalhas e muitas mortes. Muitas transformações aconteceram em suas terras. Quando ele viu o negro chegar ao Brasil para ser escravizado, admirou sua cor de pele, pois era negra como as serpentes que ele conhecia. Alchuapa acompanhou a tudo como espírito e percebeu a força dessa raça, parecida com a sua em determinação. Foi nesse momento que um Ser muito iluminado e de aspecto bondoso se aproximou dele e lhe ofereceu amparo. Alchuapa pensou se tratar de um de seus deuses da tradição Inca, mas o ser lhe disse que veio de outra terra, chamada África.
Alchuapa perguntou quem era ele e o que ele comandava e Ele respondeu:
" - Eu sou o Senhor da Morte! Chamam-me de Omulu!"
- O que o senhor faz nesta terra?
" - Trago uma nova crença ao homem e conforto aos filhos da Terra. Venho com outros como eu e nos chamam de Orixás."
- O senhor também exige sacrifícios?
" - Não, meu filho, apenas recolho as almas e encaminho a uma nova morada..."
- E que morada é essa?
"-É Aruanda, meu filho!"
- Existem outros como o senhor?
" - Existem... E há um que é o maior entre todos e que ensina o amor ao próximo. Seu nome é Oxalá e Ele atua na vibração do amor do Criador de Tudo Aquilo que existe. Eu trabalho para Ele. Venha trabalhar comigo meu filho e eu te ensinarei tudo isso..."
Alchuapa pensou por um momento... Seu espírito estava cansado de peregrinar e ele queria encontrar um caminho que lhe ajudasse a compreender tudo o que lhe havia acontecido. Então respondeu: Sim, eu irei... E foi assim que Alchuapa iniciou sua jornada espiritual como "Cacique Cobra Preta".
 

Janaina

Janaina:

A Cabocla Sereia do Rio e do Mar...

Essa Cabocla trabalha no Reino das Duas Águas, de Mamãe Iemanjá e de Mamãe Oxum. Ela viveu entre os séculos XV e XVI, nas terras onde hoje se localiza Trancoso (vilarejo de Porto Seguro) na Bahia. Ela era uma índia tupiniquim que visualizou o primeiro contato dos portugueses com a terra brasileira. Aproximaram-se do litora uma esquadra de dez naus, três caravelas e cerca de 1,2 mil homens. Durante os dez dias que a frota de navios de Pedro Álvares Cabral passou no Brasil, em abril de 1500,  

Janaina

estava lá para ver tudo.
Assim como seu povo, ficou encantada com toda aquela diferença e movimentação de homens cobertos com roupas estranhas. Sem entender o que acontecia de fato, a sua tribo ganhou muitos presentes, na tentativa de uma comunicação. Ela estava com 20 anos na época e era casada com um dos caçadores da tribo. Sua tribo possuía também: plantadores, coletores, pescadores, artesãs e tecelãs. Ela era uma tecelã que confeccionava redes para a pesca e para dormir.
Somente um ano depois eles visualizaram novamente o homem branco e, novamente, nos anos seguintes, sucessivamente. Então, as visitas e explorações do homem branco começaram a aumentar a partir de 1511, tornado-se frequentes e efetivas. Muitos embates começaram a ser travados quando os índios perceberam as reais intenções dos portugueses. Como os portugueses estavam melhor armados e atacavam  os índios de surpresa, muitas tribos começaram a ser dizimadas. E os índios também não aceitavam se submeter aos brancos como seus escravos, afinal, nasceram livres e queriam morrer livres.
Em um desses embates, muitos de sua tribo morreram, inclusive janaina, que desencarnou com 30 anos ao lado de seu esposo e filhos. Os demais índios que sobreviveram se submeteram à Coroa portuguesa e passaram a lutar com eles. Em 1530 Tupiniquins e portugueses lutaram contra os Tamoios, numa revolta que ficou conhecida como a Revolta dos Tamoios. Assim, o Brasil foi construído com a morte de muitos índios e o fim de muitas aldeias.
Trancoso tornou-se uma aldeia Jesuíta em 1586 e ficou conhecida como São João Batista dos Índios. Ela foi fundada com a finalidade de defender a região dos contrabandistas de pau-brasil  e de outras riquezas. O espírito de janaina e de muitos índios permaneceram em solo brasileiro para tentar socorrer sua terra. Mas, quando perceberam que seria impossível, foram recolhidos à Colônia Espiritual de Jurema para iniciarem uma nova jornada. 
 

Quem são os marinheiros... ...na Umbanda Sagrada?

Quem são os marinheiros...

...na Umbanda Sagrada?

A Falange dos Marinheiros atua, normalmente, na Linha das Águas (junto de Oxum e Iemanjá), mas também podem atuar junto a Nanã, Yansã e Ogun. Eles realizam passes de cura e descarrego, fluidificando e energizando o médium e a assistência. Incorporam balançando, como o balanço das águas e com muita alegria e receptividade ajudam no equilíbrio energético do ambiente. Sua saudação é "Acosta Marinheiro! Ei Marujada! Salve os Marinheiros!"
Aqui segue a história de um marinheiro que foi marujo em um navio mercante espanhol. Ele viveu no século XVIII e navegou os Sete Mares. Seu nome era José Mário Hernandez e tinha apenas 14 anos quando foi trabalhar no mar para alimentar os sete irmãos mais novos. Seu pai tinha sido capitão e morreu em alto mar. E ele, como irmão mais velho, assumiu a responsabilidade de cuidar da família. Seu soldo (pagamento) era enviado diretamente à família. Viajando ele aprendeu como funcionava a vida no mar, conheceu terras longínquas, culturas diferentes, com outros costumes. Quando iniciou no navio, achou que não se acostumaria a essa nova vida, mas em pouco tempo sentiu que o mar era sua vida, pois a cada dia havia uma novidade.
José Mário amadureceu, cresceu e tornou-se homem no navio. Fez amigos e foi acolhido como um irmão por todos. Num navio os marujos são muito unidos e se defendem, mas se há algum traidor ele logo é dispensado. José Mário passou o melhor e o pior de sua vida no mar. Com 27 anos se tornou o imediato do navio e auxiliava o capitão em suas tarefas. Como sabia ler e escrever, isso fez diferença na hora de asumir seu posto. Em uma viagem para a Costa do Marfim em busca de ouro, o navio foi atacado por piratas e saqueadores. A ordem era sempre defender o navio e a carga, mesmo que isso custasse a vida. E foi com a vida que o capitão defendeu sua marujada e seu navio. José Mário assumiu, então, o posto de capitão e tornou-se o chefe do navio e de sua tripulação.
No decorrer dos anos José conheceu o amor de sua vida: uma camponesa que vendia flores no Porto de Marselha. Casaram-se e tiveram dois filhos, um casal. Ele permaneceu no cargo de capitão por mais de vinte anos. Em uma noite, ao sul da África, foram atacados por piratas e traficantes que se uniram para saquear a carga de pedras preciosas que o navio transportava. Assim como seu capitão, José Mário também tombou em combate, para salvar a carga e sua tripulação. Antes de dar o último suspiro pediu à Rainha das Águas que recolhesse seu corpo e lhe permitisse trabalhar depois de morto, mesmo que fosse em um navio fantasma. E assim foi que José tornou-se marinheiro espiritual e passou a atuar na Umbanda Sagrada.

baiano Zé do Cacau...

baiano Zé do Cacau...

Um pioneiro da Capoeira.

José Carlos nasceu no Maranhão, numa das fazendas de cacau da região, no ano de 1830. Sua mãe foi traficada junto com outros negros de Papua, Nova Guiné. Durante a viagem, ela se relacionou com um nativo de uma tribo vizinha e engravidou. Ao chegar ao Brasil eles foram vendidos separadamente e nunca mais se viram. Quando José Carlos nasceu, o Maranhão passava por uma crise econômica e muitas fazendas estavam modificando sua estrutura. Alguns fazendeiros estavam investindo em seringais na Amazônia e enviando seus escravos para trabalhar na colheita da borracha. A mãe de José Carlos foi enviada a um desses seringais e José Carlos foi separado dela, sendo vendido para um coronel do cacau, no sul da Bahia.
José Carlos tinha doze anos na época em que foi separado de sua mãe e isso abriu uma ferida grande em seu peito. Ele já tinha entendido o que era a escravidão e o que significava ser negro no Brasil. O coronel que o comprou era reformista e adepto das leis que regiam a libertação dos escravos. Reuniu todos os escravos e falou que lhes daria a carta de alforria, mas que em troca precisava que eles continuassem trabalhando em suas terras e que lhes daria alimentação, moradia e uma moeda pelo trabalho realizado. José Carlos gostou dessa proposta e permaneceu nessa fazenda por quase toda a sua vida. O Coronel chamava-se Juvenal Teixeira e era respeitado pelos negros da região por ser um simpatizante da Lei Áurea.
José Carlos adaptou-se rapidamente a sua nova vida, mas sentia falta de sua mãe. Com 20 anos era um negro forte e grande, que jogava capoeira e trabalhava muito bem. Ele era um dos melhores coletores de cacau da região e assim o apelidaram de Zé do Cacau. Ele guardava todo o seu rendimento e quando juntou uma boa quantia pediu ao coronel se poderia comprar sua mãe e alforriá-la, trazendo-a para viver junto dele. O coronel aceitou a oferta de Zé do Cacau, pois gostava do trabalho dele e tinha apreço por ele. Viajou até o Maranhão e falou com o antigo dono de José Carlos e de sua mãe, fazendo a proposta de comprar a negra. Mas, quando voltou a sua fazenda, chegou só e foi com muita tristeza que José Carlos soube que sua mãe morreu por causa da malária.
A vida prosseguia e ele precisava viver. Juntou-se com uma negra da fazenda de nome Nhá Bela. Tiveram 4 filhos, todos alforriados. Com o tempo, Zé do Cacau comprou um pedacinho de terra e começou a plantar seu próprio cacau. Ele plantava outras frutas também e assim conseguia viver bem com sua família. Quando assinaram a Lei Áurea, Zé do Cacau deu abrigo a muitos negros que ficaram sem ter onde viver. Construiu um galpão onde abrigou muitas famílias e ensinou-os a trabalhar e a sobreviver. Ele tornou-se um Mestre da Capoeira e passou a cultura de sua terra e tudo o que aprendeu com sua mãe aos demais negros. O Coronel Juvenal já havia desencarnado e sua fazenda foi dividida entre os filhos. Os demais coronéis da região ainda queriam manter os escravos trabalhando em condições desumanas, mesmo após a assinatura da Lei Áurea. Mas, com a ajuda de Zé do Cacau, muitos negros se refizeram. Isso fez com que ele adquirisse muitos inimigos entre os poderosos da região. Um dia, os jagunços se reuniram e fizeram uma emboscada, matando Zé do Cacau. Os coronéis imaginavam enfraquecer o movimento dos negros com a morte de Zé do Cacau. Mas, isso fortaleceu ainda mais os negros, que se reuniaram e começaram a aprender capoeira para se defender, criando grupos e escolas. Eles também deram continuidade a luta de Zé do Cacau e suas terras continuaram a ser cultivadas.
Os negros eram boicotados no comércio de seus produtos, mesmo assim conseguiam sobreviver do que colhiam da terra. Nhá Bela e seus filhos temiam novas represálias, então, mudaram-se para o Rio de Janeiro, deixando as terras da Bahia para os negros da região. Foram morar no morro começando, assim, um movimento que dura até hoje... Surgiram, então, as favelas, com muitos negros se agrupando para sobreviver e para se fortalecer. Nhá Bela casou-se novamente e teve mais dois filhos. As ideias de Zé do Cacau permaneceram com seus amigos e filhos e eles levaram a força da capoeira aonde foram, recebendo apoio de alguns jovens da elite social e enfraquecendo o coronelismo. O Brasil começava a mudar e Zé do Cacau contribuiu nessa mudança.

o povo cigano

O Povo Cigano...

Aqueles que eram livres!

Quando conheci a Umbanda em 1993, ouvia muito os termos: "O Povo das Águas", "O Povo das Matas", "O Povo Cigano", "O Povo Baiano", "O Povo das Ruas", "O Povo do Cemitério" e assim por diante... Não se falava muito em Linhas e falanges, pelo menos onde eu frequentava. E não se estudava muito também. A gente aprendia tudo na prática, na visualização. Havia muito medo, muito misticismo e muita ignorância em torno da espiritualidade da Umbanda. Por isso, os primeiros "pais de santo" cometiam mais erros e eram mais julgados. Hoje em dia, temos mais livros, apostílas, escolas, associações, federações e a Umbanda se fortaleceu.
Eu mesma, ao ouvir o termo "povo" imaginava um monte de espíritos diversos saindo daquele lugar, com aparência nada agradável... (rs) Mas, quando ouvi o termo "O Povo Cigano" eu não imaginei espíritos diferentes, pelo contrário, imaginei pessoas lindas, alegres e livres. Acho que eu já estava me sentindo atraída por aquela falange que seria minha frente de trabalho. O Povo Cigano representa todos os espíritos que nasceram livres, com muitas pátrias ou sem nenhuma pátria, que viajaram muito, que conheceram diferentes lugares e diversas culturas. Esses espíritos expandiram muito seu conhecimento a cerca da humanidade na existência como "gitanos" e por isso eram alegres, destemidos e contagiavam a todos por onde passavam.
Como em tudo na vida e na humanidade, existem os bons e os maus, no Povo Cigano também haviam os bons e os maus ciganos... E os bons pagavam pelos maus: eram perseguidos, capturados e mortos. Os Ciganos que trabalham hoje na Umbanda, com certeza, são os bons ciganos, aqueles que podem ensinar que todas as raças são iguais, que todos os povos são irmãos e que todos possuem algum dom especial de Deus. Os Ciganos nos ensinam que os dons são uma dádiva, que servem para nos auxiliar a evoluir, ajudando o próximo e a nós mesmos, em nossa jornada terrena.
 

o povo do oriente

O Povo do Oriente...

"Aqueles que conhecem as múltiplas faces do Criador".

O Povo do Oriente representa toda a gama de valores das religiões ancestrais e mais antigas da Terra, como: Hinduísmo, Xintoísmo, Xamanismo, Judaísmo, Druidismo, Paganismo e até o Islamismo, entre outras. Quando a casa possui um Mestre Oriental em seus trabalhos, isso significa que sua ligação com ancestrais dessa falange é muito forte! Pode ser que em vidas passadas já tenham convivido juntos ou que o médium tenha experenciado alguma vida nessas crenças e agora esteja aprimorando seu conhecimento, usando o que aprendeu para melhorar seu trabalho na Umbanda.
A Falange do Oriente é muito mista e possui diversos espíritos com aparência bem diversificada, que se apresentam com mantos, turbantes, saris, etc. Essa roupagem fluidica os identifica e os torna mais reconhecíveis aos nossos olhos. Eles habitam Aruanda, como os demais trabalhadores, seguem a hierarquia usual e pertencem a uma Linha de atuação, como qualquer outro falangeiro. Quando se apresentam para o trabalho, são muito amáveis, simpáticos e elucidativos. Gostam de usar termos de sua época ou de sua crença na hora de cumprimentar quem está na assistência, como NamastêNi AlSalaam AleikumShalom, entre outros.
A Umbanda representa essa miscigenação de muitos espíritos, que queiram trabalhar e demonstrar seu amor ao próximo, através de sua crença na manifestação do Divino em todas as criaturas. Por isso, quando lemos o significado da palavra Elohim, podemos entender que o "politeísmo" dessas religiões não está em acreditar em múltiplos deuses, mas nas múltiplas faces de um mesmo Criador. Assim, ao trabalhar na Umbanda Sagrada, esses espíritos abnegados demonstram que somos todos iguais perante Deus e que todos possuem seu direito ao trabalho e a evolução.

o povo baiano

O Povo Baiano...

Os primeiros trabalhadores do Brasil!

Ao se falar em "Povo Baiano" todos imaginam entidades que nasceram e viveram na Bahia, mas não é bem assim... Muitos "baianos" nem eram baianos mesmo. Como o Brasil foi descoberto e colonizado através da Bahia, os primeiros habitantes do Brasil iniciaram seus trabalhos nas Terras de São Salvador. Tudo começou pela Bahia: a retirada de pau-brasil; a escravização dos índios; a entrada de negros africanos; a colonização de novas áreas;  as batalhas entre brancos, nativos e negros e assim por diante... A Bahia é o solo mais manchado de cores do Brasil!
Em 1530 os índios começaram a ser escravizados no Brasil e em 1550 os primeiros negros chegaram para substituí-los. Em 1570 os jesuítas começaram a lutar pelo fim da escravidão dos índios, mas não puderam impedir a utilização de negros nos trabalhos, porque o número de africanos no Brasil excedia ao número de brancos. A Coroa de Portugal exigiu que o Brasil subsidiasse suas riquezas ao Reino, para incrementar o progresso Lusitano. E foi assim que devastaram grande parte das matas e da população nativa.
A Bahia tornou-se o cenário de toda essa movimentação da raça negra (africana) em confronto com a raça européia. Como no século XVII haviam mais negros do que brancos no Brasil, a força bruta era a única estratégia de domínio da raça. Por isso, quando alguns trabalhadores de Umbanda se apresentam e se denominam o "Povo da Bahia", não estão de forma alguma desvinculando-se das Linhas da Umbanda Sagrada. Assim como os Caboclos e os Pretos-velhos, os Baianos trabalham e servem a todas as linhas, dividindo-se em falanges. O Povo Baiano faz parte do começo da história do Brasil e renegá-los é renegar a nossa origem!

povo das ruas

O Povo das Ruas...

Aqueles que criaram as próprias Leis para comandar o submundo!

Escrever sobre o "Povo das Ruas", foi uma das postagens mais difíceis, pois eu queria escrever algo simples, mas bem explicativo. Eles são os espíritos em maior número de apresentações, possuem diferentes roupagens e histórias únicas. Eles são bem representados na Kimbanda, mas também trabalham na Umbanda. A diferença está nas Leis que os regem durante o trabalho que seguem. O Povo das Ruas são os Exus e as Pombagiras, bem como, alguns eguns que se doutrinaram e que durante séculos andaram por todos os caminhos da Terra. Eles conhecem todos os mistérios do "em cima" e do "embaixo" pois já estiveram nos dois lados. Eles conhecem as encruzilhadas, as estradas, as moradias antigas, os cultos ancestrais, as magias e os encantamentos.
No passado eles eram chamados de "Almas Penadas" ou "Fantasmas" e assustavam a muitos. Com o surgimento do Espiritismo e, em seguida, da Umbanda, esses espíritos puderam trabalhar, se doutrinar e foram divididos em falanges. Aqueles que permancem trabalhando com as almas penadas e com os espíritos do submundo, permanecem sob a roupagem fluidica de Exus e Pombagiras. Isso os torna mais acessíveis àqueles aos quais se apresentam. Por isso, muitos Exus e Pombagiras, apesar de possuirem elevação para trabalhar na "direita" (aspecto que representa a energia positiva da Umbanda), preferem continuar trabalhando na "esquerda" (o aspecto negativo), pois assim podem atuar com maior liberdade e auxiliar um maior número de espíritos combalidos.
O Povo das Ruas não representa uma categoria de espíritos perdidos; representa a abnegação de muitos espíritos em um trabalho voluntário e contínuo, pois trabalhar em uma energia mais densa, não é privilégio, é dedicação! Uma vez a entidade Maria Padilha das Sete Encruzilhadas me setenciou: "- Estou aqui porque quero resgatar todos os meus filhos de todas as minhas vidas! Eu os amo e não poderia deixá-los para trás..."

 

tessera

Téssera:

Uma Cigana Encantada...

Téssera nasceu em 1538, na Irlanda do Norte, na Vila de Belfast, entre o Povo Celta, originário da Gália. Ela era uma druidesa, que dedicava seus dias ao Templo, em jejum e oração por seu povo, pois ela sabia que dias difíceis viriam para a Irlanda. O Povo Celta já havia sido atacado inúmeras vezes pelos Anglos Saxões, mas em todas elas resisitiram a conquista. Há milhares de anos as terras célticas eram objeto de cobiça dos povos europeus. E ainda existiam as Guerras entre os religiosos e a perseguição da Igreja. Foram anos difíceis para toda a Irlanda!
Téssera acordava antes do sol nascer, banhava-se nas águas do Templo dos Grandes Deuses, fazia suas oblações, comia seu pão e tomava sua água. Em seguida abastecia os óleos das luminárias do templo. Limpava e polia as imagens, recolhia as ofertas das visitações e distribuia os víveres entre o povo da aldeia. Esse ritual era diário e constante. E Téssera o praticava com alegria. Depois, ela sentava-se no Templo e atendia a todos que a procuravam pedindo conselhos, pois possuía o dom de ver e saber das coisas futuras. O Druída responsável pelo Templo sempre observava todas as druidesas em seus afazeres, para que nada faltasse no Templo do Sol e da Lua - como era conhecido o local.
Téssera viveu feliz por 25 anos, servindo ao Templo com amor e dedicação até que, em um ataque inesperado, todas as druidesas foram violentadas e degoladas por soldados da Coroa Inglesa. O Sacerdote Druida foi arrastado, amarrado aos cavalos e depois esquartejado. Seus pedaços foram pendurados em postes para serem vistos pela população. A religião celta estava chegando ao fim e um novo tempo se iniciava. Todos os carvalhos foram cortados e as casas dos aldeões foram incendiadas. Belfast iniciou uma nova história de lutas e guerras constantes, que perduraram séculos, entre os nativos e os religiosos (protestantes e republicanos). França e Inglaterra passaram a disputar o solo Irlandês e alianças político-religiosas foram implantadas.
Téssera, com suas companheiras druidesas, choraram lágrimas de sangue pela Irlanda, pois o solo ficou maculado por tantos massacres! Mas a evolução dos povos não mede a vida e a morte... E foi assim que Téssera desencarnou na religião céltica e se tonou mais uma trabalhadora umbandista.

ere mariazinha

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Mariazinha...

A Cosminha mais travessa e manhosa da Umbanda!

Zélio de Moraes sempre afirmou que os 3 pilares da Umbanda seriam: os Caboclos, os Pretos-velhos e os Erês. Os Caboclos e Pretos-velhos tornaram-se conhecidos, amados e repeitados por todo umbandista. Mas, os Ibejis, conseguiram conquistar a simpatia até mesmo daqueles que se assustam com os espíritos! Com suas alegrias e estrepolias, não tem quem não se divirta ao ser envolvido pela energia contagiante de um Erê. E assim como as demais entidades, cada "Cosminho ou Cosminha" traz sua história para dentro do Terreiro.
Em homenagem a Festa de São Cosme e São Damião, que é uma das mais festejadas dentro da Umbanda Sagrada, escreveremos algumas histórias de Erês mais conhecidos. Hoje contarei a história de Mariazinha. Toda Mariazinha quando incorpora a primeira vez, faz dengo, chora e fala com voz manhosa. Elas são as menininhas mais conhecidas, que trabalham na Linha das Águas. Mariazinhas podem trabalhar na praia, na cachoeira, no mangue e na pedreira; enfim, elas também possuem a vibração das outras Linhas atuando no momento do trabalho. Adoram laços de fita, bonecas e enfeites diversos. Elas sentem o que a pessoa sente e por isso conseguem expressar esse sentimento na hora do atendimento.





A Mariazinha que trabalha neste terreiro, nasceu em Pernambuco, em 1892 e desencarnou em 1900. Viveu apenas 8 anos. Seus pais eram pesacadores e viviam na praia. Ela era uma menina alegre que adorava brincar no mar e na areia. Sua morte nunca foi desvendada, pois seu corpo foi encontrado inerte na praia. Mas, ela contou depois o que aconteceu: um homem mal a maltratou. Ela disse que não guarda mágoas, nem nada e que já perdoou... Ela gosta de trabalhar ajudando as pessoas a enfrentar as tristezas e adora acompanhar as mamães com seus filhinhos. Ela gosta de qualquer tipo de doce, mas adora um copo com leite e bolo! E claro: o guaraná - que ela chama de água doce gasosa! Os Erês atuam na vibração do Amor Cósmico Universal, transmitindo a pureza, a inocência e a delicadeza das crianças. Omi Beijada! Salve as Mariazinhas!

A história de um preto Velho


A HISTÓRIA DE REI CONGO - PRETO VELHO DE GRANDE SABEDORIA








 Rei Congo é um Preto Velho amado por toda a Umbanda, pela sua humildade e serenidade.

    Ele foi escravo entre o século XVI e o século XVII, e desde sua juventude era um guerreiro, que lutava em prol de seus irmãos africanos que tanto sofriam nas mão de seus Coronéis e Feitores.

    A história diz que Rei Congo, que tinha seu nome de batismo como Octácilio, era um grande rezador e curador de doenças, ficando sendo conhecido entre negros e brancos pelo seus tratamentos das moléstias como a tuberculose, que na época exterminava muitas pessoas sem escolher cor nem raça.

    O negro Octácilio, certa vez após uma das filhas de um Coronel fazendeiro, chamado de "Senhor do café", ficar muito fraca com a famigerada doença assassina, a tuberculose, ficou muito conhecido em toda região pelo tratamento dado a pequena sinhá, através de seus conhecimentos de ervas utilizadas em chás e compressas, sanando assim todo mal estar sofrido por ela e curando-a de vez da tão maléfica doença. Após esse fato Octácilio começou a frequentar outras fazendas da região para, com sua sabedoria ajudar outras pessoas que sofriam além da famigerada tuberculose outros males que afligiam a tão covarde e intolerante classe branca e rica da época.
Com essas viagens de fazenda em fazenda, Octácilio começou a perceber que seus irmãos negros sofriam grandes humilhações e maus tratos dos então feitores que ordenados pelos coronéis, mandavam castigar na chibata e no tronco todos os negros sem que houvesse motivo para tal covardia.

    E foi assim que o jovem Octácilio tomou para si a vontade de lutar contra essas atrocidades, e dia após dia ele tomado por seu desejo de liberdade e também pela grande vontade de livrar seus irmãos das garras covarde de feitores e coronéis, ele decidiu então tentar a fuga, com o objetivo de mais tarde tentar ajudar os outros escravos a fazerem o mesmo.

    Enfim chega a noite da fuga, Octácilio e mais alguns negros, após um dia cansativo na preparação da terra para um novo plantio de café, conseguem fugir do cativeiro após dominarem o feitor e seus jagunços quando já iam acorrentar as portas do senzala.

    Vários negros fugiram, muitos deles foram recapturados e outros mortos, mas Octácilio conseguindo se embrenhar nas matas escuras conseguiu enfim a sua liberdade.

    A partir desse dia, Octácilio com a ideia fixa em tentar libertar seus irmãos escravizados, rogou a Pai Oxalá e a todos os Orixás que lhe mostrassem o caminho para que ele conseguisse o tal feito.
Após vários dias e noites fugindo pelas matas sagradas de Pai Oxossi, ele se depara com uma montanha, que na época era conhecida como "Monte dos Perdidos", essa montanha tinha centenas de caminhos que interligados chegavam a lugar algum, e apenas um caminho levava ao cume da montanha.

    Octácilio por algumas vezes já ouvira falar da lenda do "Monte Perdido", e sabia que o cume dessa montanha seria o lugar ideal para se abrigar e abrigar os negros que ele desejava libertar dos açoites e dos troncos destruidores.

    Em suas orações ele pediu aos Orixás Sagrados que lhe abrissem o caminho, e que ele conseguisse chegar ao cume da montanha sem se perder pelo labirinto que o levaria a morte.

    Foi ai que ele começou sua caminhada rumo a tão assustadora montanha, e sem se dar conta, subia a trilha de maneira tão segura e confiante que sem esperar em poucas horas já estava diante de um grande campo florido com um grandioso lago de águas límpidas. Ele admirado por tanta beleza daquela natureza que lhe foi entregue por Oxalá, ele se ajoelha e agradece pelo presente tão belo.

    E foi nesse belo e protegido lugar que Octácilio começou a sua luta de livrar da escravidão seus irmãos negros, pois ali estava nascendo o Quilombo do Congo" e também o sonho de ali ser o caminho da paz buscada pelos quilombolas.

    Entrando pelas fazendas cafeeiras durante as madrugadas, Octácilio começou a resgatar os negros escravos, levando-os para o Quilombo do Congo, e ali esses negros começaram a plantar, a construir seus lares e constituir família.

    Octtácilio escolhia os negros mais novos, fortes e ágeis, fazendo deles um grupo de guerreiros da mesma causa, ou seja libertar mais e mais escravos, e no primeiro grupo já preparado para ação, o negro Octácilio recebeu o nome de Rei do Quilombo do Congo, e todos a partir desse dia passaram a lhe chamar de "Rei Congo", como é conhecido até hoje nas casas de Umbanda.

    Certa vez, em mais uma das centenas de vezes que Rei Congo tentava buscar a liberdade para os negros escravizados, um certo coronel muito temido dentro da região fez com que seus feitores e centenas de jagunços ficassem de tocaia por vários dias e noites com intuito de capturar o libertador de escravos. E numa noite nebulosa no qual Rei Congo e seus guerreiros estavam prontos para mais uma ação, o velho negro Malaquias, que tinha o dom da vidência, disse ao seu Rei negro que aquela noite ele não deveria levar seus guerreiros, pois muitas mortes poderiam ocorrer, ele deveria ir só, pois apesar de ser muito perigoso seria dessa oportunidade que ele traria um grande aliado nas causas que lutavam.

    Rei Congo com toda sua humildade concordou com o velho Malaquias, e saiu só para essa missão, ao chegar a fazenda em questão, Rei Congo tenta chegar a senzala onde dormiam os negros escravizados. Porém a um certo momento Rei Congo se depara com um dos feitores da fazenda com dezenas de jagunços armados. O feitor o acorrenta em um tronco próximo a senzala, a espera do dia raiar e acatar as ordens do tão famigerado coronel.

    Rei Congo com olhar firme porém sereno, tenta buscar forças nas palavras do velho Malaquias, tentava entender todo o fato, toda a causa do acontecimento. Sabia ele que tudo que acontecera teria uma razão, porém até então não conseguia chegar numa resposta em que aquilo tudo poderia ajudá-lo na luta contra a escravidão.

    O sol raiou, e o feitor que ora tinha acorrentado Rei Congo, tinha um semblante cansado, parecia amargurado. Ele manda um dos seus jagunços levarem a notícia da captura do libertador de escravos ao coronel, que logo vem com as ordens de açoitarem o negro libertador até a morte, e que levassem o corpo dele a té ele, para junto a outros coronéis fazendeiros comemorassem a morte do tão temido Rei Congo.

    E foi dada a missão ao feitor de levar a morte a Rei  Congo por meio da chibata. E ele, o feitor, já preparado para o começo da tortura daquele corpo preso ao tronco de madeira por meio de correntes de aço, quando olha nos olhos de Rei Congo e diz se ele era o tal negro curador de doenças tão conhecido dentro da região por ter curado muitas pessoas da tão medonha doença, que na época era a tuberculose. Rei Congo, ainda com olhar sereno apenas balançou a cabeça afirmativamente. Então o feitor o livra das correntes e  se jogando aos pés de Rei Congo pede a ele para salvar a sua amada que se encontrava tísica, ela estava extremamente enfraquecida e sem nenhuma chance de sobreviver. Rei Congo estendendo a mão ao feitor, lhe pergunta se ele tinha fé, ele responde que sim, então Rei Congo diz que ele ia libertar sim a doce jovem dos males da tuberculose.

    O feitor, sabendo que teria que entregar o corpo de Rei Congo para os coronéis, resolveu então libertá-lo e seguir com ele e sua amada para o Quilombo do Congo. E assim foi feito, nesse mesmo dia saíram fugidos da fazenda rumo ao Monte dos Perdidos, e mesmo durante a viagem Rei Congo fazia seus chás e compressas para o tratamento da jovem Rosa, que dia após dia ia recuperando sua saúde. E ao chegarem a seu destino, com cuidados mais especiais, com o tratamento vindo das ervas e compressas sagradas do velho Congo, Rosa se recuperou totalmente, e em agradecimento o feitor, que tinha o nome de Amadeu, jurou lealdade a Rei Congo, que se transformou em um dos grandes guerreiros libertadores do Quilombo de Rei Congo.

    Apenas os guerreiros de Rei Congo sabiam o caminho correto para chegar ao "Monte dos Perdidos" que já estava sendo conhecido em toda a região como "Quilombo de Rei Congo". Como a quantidade desses guerreiros ainda era baixa, não davam conta de libertarem tantos escravos como era da vontade de Rei Congo, pois as viagens de ida e volta as fazendas eram longas, cansativas e perigosas, ele decidiu então montar pequenos quilombos que servissem de esconderijo para os quilombolas próximo ao quilombo principal, tentando assim conseguir um pouco mais de tempo para aumentar as ações contra a escravidão nas fazendas. Isso infelizmente durou pouco, pois mesmo em matas fechadas esses pequenos quilombos foram descobertos pelos Feitores e seus capatazes, ou pelos Capitães do mato contratados pelos coronéis fazendeiros que estavam a busca de seus escravos.

    Rei Congo então decidiu que mesmo com a demora das viagens e a dificuldade da subida ao "Monte dos Perdidos", seria melhor que os negros libertados fossem levados diretamente para um lugar seguro ao invés de acamparem nos pequenos quilombos a espera de alcançarem um número maior de quilombolas.

    E assim foi feito por longos anos, Rei Congo e seus guerreiros libertavam os seus irmãos escravizados, os levavam para o Quilombo, e lá eles plantavam, criavam animais, constituíram laços, cultuavam seus Orixás, viviam em paz e em liberdade.

    Muitos coronéis por anos tentaram alcançar o tão conhecido e guardado Quilombo de Rei Congo, muitos feitores, capatazes e Capitães do mato perderam suas vidas tentando decifrar o caminho correto que levava ao cume da montanha, mas nenhum desses tiveram êxito em seus
objetivos, pois ali além de ter grandes guerreiros que protegiam a entrada e o caminho do quilombo, tinha um Rei, um Rei protegido pelos Orixás, principalmente por pai Oxalá no qual o velho Rei Congo agradeceu por toda sua vida a luz dada para que ele encontrasse o caminho para sua libertação e a de centenas de irmãos negros.

    No final do século XVII, Rei Congo fez sua passagem para o mundo dos espíritos já com 90 anos de idade no corpo físico, e sendo agraciado por pai Oxalá a benção de poder vir a terra como Entidade de Luz para continuar libertando as pessoas da escravidão, porém com um trabalho ainda mais árduo, pois essa escravidão não são nas correntes de aço frio, mas da escravidão da inveja que consome a alma, da falta de humildade que magoa o espírito, do orgulho que destrói o perdão, da soberba que esmaga o ser, da falta de amor que escurece o caminho e principalmente da falta de fé que lhe desvia da evolução espiritual.


    Rei Congo preto velho calmo e sereno, humilde mas soberano, tem sempre  a palavra certa na hora certa, tem ensinamentos certos pros momentos certos. Com sua voz mansa e seu jeito peculiar de se sentar, ele é reconhecido por toda a Umbanda, e todos que já tiveram a oportunidade de poder ouvir seus conselhos em seu tom de voz sereno,, pode se considerar um abençoado por pai Oxalá..

Salve Pai Rei Congo... Que o senhor nos ilumine hoje e sempre com sua sabedoria.

Adorei as Almas...